Leitura do Livro de Isaías (Is 42,1-4.6-7)
Ideia principal: Um misterioso “Servo”, investido do Espírito de Deus, é enviado aos homens para, com humildade e simplicidade, instaurar um mundo de justiça e de paz.
– A festa do Batismo do Senhor encerra o tempo do Natal e abre a porta ao “Tempo Comum”, ao longo do qual, este Ano com a ajuda de São Marcos, entraremos um pouco mais no “mistério” de Jesus. Hoje, cada cristão é convidado a fazer memória do próprio Batismo, o dia da sua santificação inicial, em que o Pai concede o Espírito Santo para o seguimento de Jesus. Procure cada um saber a data do seu batismo.
– A 1ª Leitura foi tirada do 1º dos quatro “poemas do Servo de Yahwéh”, inicialmente escritos como um bloco e inseridos no Livro de Isaías cerca do ano 500 a.C. Quem é o Servo? Pondo de parte esta complexa e discutida questão, o certo é que o N.T. está cheio de ressonâncias que insinuam ser a figura do Servo o anúncio do Messias, com pleno cumprimento na pessoa de Jesus (cf. Mt 3,17;12, 18-21; 17,5).
– No Evangelho da missa de hoje, o próprio Deus apresenta Jesus, no Jordão, como o havia feito através do Profeta: o Meu Servo, enlevo da minha alma, sobre quem fiz repousar o Meu Espírito… É alguém que Deus escolheu entre muitos, a quem chamou e a quem confiou uma missão – trazer a justiça e oferecer a todos os homens a liberdade e a paz. O próprios Deus Lhe dará a força para assumir a missão e a concretizar.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Ó Deus de todas as escolhas, és Tu quem chamas, envias e capacitas para a missão… aqueles que escolhes, confias a tarefa da transformação do mundo e a libertação dos homens. Pelo batismo, tornaste-me um dos desses instrumentos. Dou-Te graças, Senhor! Faz-me humilde, consciente de que aquilo que possa fazer, por mais válido que seja, não é obra minha, mas Tua, que ages em mim e através de mim. Amem.
LEITURA I – Is 42,1-4.6-7
Diz o Senhor:
«Eis o meu servo, a quem Eu protejo,
o meu eleito, enlevo da minha alma.
Sobre ele fiz repousar o meu espírito,
para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz,
nem se fará ouvir nas praças;
não quebrará a cana fendida,
nem apagará a torcida que ainda fumega:
proclamará fielmente a justiça.
Não desfalecerá nem desistirá,
enquanto não estabelecer a justiça na terra,
a doutrina que as ilhas longínquas esperam.
Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça;
tomei-te pela mão, formei-te
e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos,
tirares do cárcere os prisioneiros
e da prisão os que habitam nas trevas».