Leitura do Livro do Êxodo (Ex 20,1-17)

Ideia principal: Deus oferece-nos um conjunto de indicações (“mandamentos”) que devem balizar a nossa caminhada pela vida, tanto na relação com Deus, como com os irmãos.

– Decálogo, que significa “dez palavras”, é a designação do conjunto dos Dez Mandamentos (cf Ex 34,28; Dt 4,13), na sua origem, dez breves sentenças enunciadas de forma breve e seca, como “não matarás”, “não roubarás”… tiveram depois, por inspiração divina, desenvolvimentos explicativos. O Decálogo – a expressão inspirada da lei natural inscrita no coração do homem -, constitui o núcleo de toda a moral bíblica.

– Antes de fazer as Suas “exigências”, Deus apresenta-se: «Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa da escravidão». Há leis que constringem o homem na sua liberdade. O Decálogo não pertence a esse tipo de leis. Saiu da boca de um Deus libertador, que salvou o Povo da escravidão; que quer dar orientações ao homem, não para o tolher, mas para indicar o rumo certo de uma vida livre e feliz.

– Os Dez Mandamentos pretendem ajudar Israel – e cada um de nós… – a deixar a escravidão do egoísmo, do comodismo, das paixões, da cobiça, da exploração… Jahwéh no-los deu para a vida plena! Aceitá-los e viver de acordo com esses preceitos, é corresponder a este desejo de Deus, ditado pelo Amor que Ele tem por nós, é tomar parte na Aliança que, desde sempre, Deus quis estabelecer com a humanidade.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus Sábio e Santo, que nos chamais à santidade! Neste tempo de Quaresma, quero regressar a Ti, aos Teus preceitos, ao Teu amor, abandonando de vez os falsos “deuses” que, não raro, têm condicionado a minha vida. Ó Deus, que o Teu Espírito Santo me ensine a aceitar os Mandamentos como instrumento para a construção de uma vida feliz, como a sinalética a respeitar no caminho da santidade. Amem.

LEITURA I – Ex 20,1-17

Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras: «Eu sou o senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa da escravidão. Não terás outros deuses perante Mim. Não farás para ti qualquer imagem esculpida, nem figura do que já existe lá no alto dos céus ou cá em baixo na terra ou nas águas debaixo da terra. Não adorarás outros deuses nem lhes prestarás culto. Eu, o senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem; mas uso de misericórdia até à milésima geração para com aqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos. Não invocarás em vão o nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem castigo aquele que invoca o seu nome em vão. Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares. Durante seis dias trabalharás e levarás a cabo todas as tuas tarefas. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso, o Senhor abençoou e consagrou o dia de sábado. Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença».