Leitura do Segundo Livro dos Reis (2 Re 4,42-44)
Ideia principal: Qualquer das 3 leituras deste domingo nos diz que Deus conta connosco para repartir o seu “pão” com os que têm “fome” de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança…
– Eliseu dá o seu testemunho profético no reino do Norte durante os reinados de Jorão, de Jeú e de Joacaz (853-797 a.C.). Discípulo de Elias, opõe-se ao sincretismo religioso que os próprios reis favoreciam, prestando culto a Baal e a Astarte. É provável que fizesse parte de uma comunidade de «filhos de profetas», fiéis seguidores de Jahwéh. O povo consultava-os e buscava neles apoio conta o abuso dos poderosos.
– A 1ª Leitura é extraída do chamado «ciclo de Eliseu» (2 Re 2, 13-13,25), onde se narram grandes prodígios do profeta Eliseu. Os tempos são de carestia devido à escassez de chuva. Muitos passavam fome… o episódio que escutámos narra como Eliseu saciou a fome a um grupo de 100 homens. Fá-lo a partir de 20 pães posto à sua disposição por um homem bom. Deus quer precisar de nós, não age a partir do nada!
– O feito do profeta taumaturgo prepara a multiplicação dos pães narrada no Evangelho de hoje. Mas a desproporção é evidente: Eliseu com 20 pães, saciou 100 homens; Jesus, com 5 pães, alimenta 5.000! Do profeta, não se diz que multiplicou os pães, mas que os 20 pães partilhados pelos 100 homens, chegaram e ainda sobrou. A partilha, a solidariedade, não empobrecem, são antes geradoras de vida, é o ensinamento.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Ó Deus poderoso! Sempre sacias as nossas fomes… não o fazes a partir daqueles gestos espetaculares semeados no nosso imaginário, mas através da generosidade e da partilha fraterna de mulheres e de homens que Te reconhecem como Pai. Concede-me a graça, Senhor, de me dar conta da Tua presença e do Teu amor nos gestos simples que ajudam a construir um mundo mais fraterno e mais solidário. Amem.
LEITURA I – 2 Re 4,42-44
Naqueles dias,
veio um homem da povoação de Baal-Salisa
e trouxe a Eliseu, o homem de Deus,
pão feito com os primeiros frutos da colheita.
Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge.
Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente».
O servo respondeu:
«Como posso com isto dar de comer a cem pessoas?»
Eliseu insistiu:
«Dá-os a comer a essa gente,
porque assim fala o Senhor:
‘Comerão e ainda há-de sobrar’».
Deu-lhos e eles comeram,
e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.