Leitura do Livro de Isaías (Is 5, 10-11)
Ideia principal: A Palavra proclamada e escuta neste Domingo – que calha no dia da Senhora do Carmo – aponta para a centralidade da Palavra: na vida do crente, a exemplo de Maria Santíssima
– Não contando os cânticos do Servo de Jahwéh, o “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (caps 40 a 55 de Isaías), é uma série de convites, cheios de otimismo, exortando o povo amargurado e desiludido, no exílio da Babilónia, à esperança. Na parte final há um apelo à fé e à conversão, já que a fidelidade de Deus é para sempre. É aqui que e situam estes dois versículos de hoje sobre a Palavra que sai da boca de Deus.
– Não se trata, propriamente, de uma declaração de princípio sobre a eficácia da Palavra de Deus… face às dúvidas dos exilados, o profeta lembra a fidelidade do Deus de Israel às Suas promessas. A maldade humana pode retardar, mas jamais anular o projeto de Deus. A Palavra de Deus permite ao homem esperar contra toda a esperança (cf. Rm 4,18), aponta o caminho a percorrer e dá-nos o ânimo para intervir no mundo.
– A Palavra de Deus é como a chuva e como a neve… possuem um dinamismo irresistível, uma energia que fecunda e faz crescer. Uma imagem que, tal como a do lento crescimento da semente que o agricultor lança à terra, são um convite a não esperar resultados imediatos. São precisos a paciência, o dar tempo ao tempo, a perspicácia e, sobretudo, a confiança inabalável na força vivificante da Palavra que sai da boca de Deus.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Ó Deus paciente! Com uma imagem sugestiva pões “água na fervura” na impaciência e desalentos dos exilados da Babilónia, e um freio na correria louca da minha vida. A água da chuva e as neves do Hermon, alimentam o Jordão, esse rasto de vida por toda a terra de Israel… a Tua Palavra, Senhor, é como essa água bendita caída do Céu que, aos poucos, vence resistências e fecunda o meu coração. Louvado sejas! Amem.
LEITURA I – Is 55,10-11
Eis o que diz o Senhor:
“Assim como a chuva e a neve que descem do céu
não voltam para lá sem terem regado a terra,
sem a terem fecundado e feito produzir,
para que dê a semente ao semeador e o pão para comer,
assim a palavra que sai da minha boca
não volta sem ter produzido o seu efeito,
sem ter cumprido a minha vontade,
sem ter realizado a sua missão”.