16º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura do Livro da Sabedoria (Sab 12,13.16-19)

Ideia principal: Deus Omnipotente, é indulgente e misericordioso para com os homens, mesmo se praticam o mal; sendo assim, poderá o homem ter um comportamento desumano para com o seu semelhante?

– O Livro da Sabedoria surge em meados do sec I a.C., já próximo da nossa era. O autor é um judeu de língua grega, provavelmente nascido e educado em Alexandria. Concetualmente helénico, faz o elogio da “sabedoria” judaica: convida os judeus, tão tentados pela idolatria e libertinagem dos helénicos, a redescobrirem a fé de seus pais; aos gregos, fá-los perceber o absurdo da idolatria e convida-os a aderir a Jahwéh… para os judeus e para os gregos, só Jahwéh garante a verdadeira “sabedoria” e a felicidade plena.

– A Leitura é extraída da 3ª e última parte do Livro (Sab 10-11). Deus, que é justo, exerce a sua justiça, punindo os maus (personificados nos egípcios e nos cananeus), mas também sendo indulgente para com eles, levando-os ao arrependimento após o pecado.

– Assim atua a Sabedoria na História do povo de Israel… Jahwéh é paciente porque quer ensinar os Seus filhos a serem humanos, a amar os outros, mesmo que cometam ações ignóbeis, continuam a ser pessoas e nenhuma pessoa é desprezível; por outro lado, não usa a Sua omnipotência para retaliar, porque não quer a morte do mau, antes quer dar-lhe a possibilidade de se arrepender, para que viva!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus Todo-Poderoso, Paciente e Justo! Vivem-se tempos de violência e muito extremados… Com frequência dou comigo a julgar os outros, a olhá-los como inimigos. Hoje, a Palavra escutada, confronta-me com o Teu jeito… se a Tua lógica é uma lógica de perdão e de misericórdia, posso eu desistir de amar aqueles que fazem insistentemente o mal? Senhor, dá-me um coração grande, ensina-me a amar. Amem.

LEITURA I – Sab 12,13.16-19

Não há Deus, além de Vós,
que tenha cuidado de todas as coisas;
a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamente.
O vosso poder é o princípio da justiça
e o vosso domínio soberano
torna-Vos indulgente para com todos.
Mostrais a vossa força
aos que não acreditam na vossa omnipotência
e confundis a audácia daqueles que a conhecem.
Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade
e governais-nos com muita indulgência,
porque sempre podeis usar da força quando quiserdes.
Agindo deste modo, ensinastes ao vosso povo
que o justo deve ser humano
e aos vossos filhos destes a esperança feliz
de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento.