32º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura do Livro da Sabedoria (Sab 6, 12-16)

Ideia principal: A Sabedoria – dela jorra a vida definitiva – está ao alcance do homem; basta que esteja atento, vigilante e disponível para acolher.

– A 1ª Leitura é um excerto do longo “elogio da sabedoria” (caps 6 a 9), colocado na boca do rei Salomão, cujo nome nunca é referido. Dirigindo-se aos outros reis, convida-os a acolher a sabedoria: bela, inalterável garantia da imortalidade e de um reinado eterno. O Livro da Sabedoria é da 1ª metade do séc. I a. C., da autoria de um judeu de língua grega que apela à fé e às tradições dos judeus, utilizando conceitos helenistas.

– O trecho desenvolve uma bela ideia enunciada logo no início do Livro: a sabedoria deixa-se encontrar pelas almas retas (Sab 1,2). Não se faz rogada, nem está envolta em mistério… “Está sentada à sua porta”, é como uma pessoa fácil de encontrar. Basta sentir interesse por ela, amá-la, desejá-la, que ela imediatamente se fará presente, oferecendo a vida e a felicidade a todos os que anseiam por ela.

– Ao lado da sabedoria de Deus está a da “serpente”, a mais astuta das criaturas feitas por Deus (Gn 3,1), imagem do “insensato” que, no seu coração, exclama: “não há Deus!”; e vive com a pretensão de ser o dono do seu destino. Ao contrário do “insensato”, o homem sábio descobriu a sabedoria de Deus e por ela se enamorou. Vive feliz e sem canseiras quem acolhe a sabedoria de Deus, quem lhe confia a sua vida.

 Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, Tu concedes ao homem o dom da sabedoria, para que possa ir ao encontro da verdadeira felicidade, a vida eterna. Livra-me, Senhor, de toda a soberba que me enlearia na sabedoria da “serpente” malvada; ao contrário, seja eu daqueles a quem a própria sabedoria procura fascinada porque são dignos dela; ó sabedoria, dom divino, não me abandones, persegue-me, acompanha-me em todos os pensamentos. Amem.

LEITURA I – Sab 6,12-16

A Sabedoria é luminosa e o seu brilho é inalterável;
deixa-se ver facilmente àqueles que a amam
e faz-se encontrar aos que a procuram.
Antecipa-se e dá-se a conhecer aos que a desejam.
Quem a busca desde a aurora não se fatigará,
porque há-de encontrá-la já sentada à sua porta.
Meditar sobre ela é prudência consumada,
e quem lhe consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados.
Procura por toda a parte os que são dignos dela:
aparece-lhes nos caminhos, cheia de benevolência,
e vem ao seu encontro em todos os seus pensamentos.