Leitura do Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 2, 1-11)
Ideia principal: – O Espírito Santo une numa mesma comunidade de amor povos de todas as raças e culturas, e a orienta, pois é Ele a nova lei.
– João, no Evangelho da missa deste Domingo, diz que Jesus comunicou o Espírito Santo aos Apóstolos no próprio dia da Ressurreição. Lucas, nos Actos, coloca a vinda do Espírito no Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa… Lucas não faz reportagem… a sua intenção é apresentar a Igreja, comunidade que nasce de Jesus e é assistida pelo Espírito Santo para que os seus membros deem continuidade à missão Jesus.
– O Pentecoste é uma festa judaica, que tinha lugar cinquenta dias de pois da Páscoa, para celebrar entrega da Lei a Moisés, no Monte Sinai. Lucas quer ensinar que o Espírito Santo é a nova Lei, dom de Deus para os discípulos de Jesus, que os ensina, os orienta e faz daqueles que O acolhem uma comunidade onde a comunicação é perfeita, pois todos falam a mesma linguagem do amor.
– Dá-se o reverso de Babel (cf. Gn 11,1-9): lá, os homens desentenderam-se e ficam divididos; aqui, os que andavam dispersos são congregados. O Pentecostes dos “Actos” é a página programática da Igreja e antevê o resultado da missão dos discípulos: a anti-Babel, nascida da acção do Espírito, onde todos são uma só família, guiados pelo Espírito, a nova lei inscrita no coração de todos como fonte de amor e de liberdade.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Ó Espírito Santo, Amor do Pai, e do Filho, inspira-me o que devo pensar, o que devo dizer, como devo dizer, o que devo calar, como devo agir, o que devo fazer, para a glória de Deus, para o bem das almas e para a minha própria santificação. Vem, Espírito Santo! Deus habitando em mim, Bênção poderosa, Paz nova, não com a medida do mundo, mas de Deus! Amem.
1ª LEITURA – Act 2,1-11
Quando chegou o dia de Pentecostes,
os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento,
que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas,
conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações
que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia,
do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes,
ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».