Leitura do Livro do Deuteronómio (Deut 5,12-15) 

Ideia principal: Reduzir a celebração do “Dia do Senhor” a um preceito, é deturpar o seu sentido.

– A primeira leitura deste domingo apresenta a enunciação do mandamento referente ao sábado, uma explicação sobre o modo de o praticar e a sua fundamentação teológica. A enunciação é formulada de forma positiva: «Guarda o dia de sábado, para o santificares». Na explicação sobre o modo de o praticar, recorda-se que o sábado é um dia que pertence ao Senhor e é excluída a possibilidade de qualquer trabalho. A sua fundamentação teológica está na memória da escravatura no Egipto e na libertação que lhe pôs termo.

– O texto de Deut 5, 12-15, é o contraponto ideal para o Evangelho deste Domingo que nos mostra Jesus como Senhor do sábado. O sábado transporta consigo a memória da liberdade para todos: para ti, para os teus filhos, para os teus escravos, para os teus animais, para o estrangeiro que reside na tua terra. Abraham Joshua Heschel, um filósofo e místico de Israel, considera o Sábado um Templo de tempo, e não de espaço.

– No Evangelho, perante a mesquinhez dos juristas do seu tempo, Jesus recolocou o mandamento do sábado ao serviço da liberdade e da felicidade do homem. E não apenas o que se refere ao sábado: qualquer outra lei está em função da pessoa… “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”! 

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus, a meditação sobre instituição do sábado, recordou-me a afirmação dos mártires de Abitene «Não podemos passar sem o domingo»… Como é bom este dia – que é Teu! – para a comunhão com irmãos e, para com eles, Te louvar, ó Deus, pelas Tuas criaturas! Obrigado por Te teres colocado ao nosso lado para nos aliviares das cargas pesadas que nos oprimem, desde o Egipto até aos nossos dias!. Amem.

LEITURA I – Deut 5,12-15

Eis o que diz o Senhor:
«Guarda o dia de sábado, para o santificares, como te mandou o Senhor, teu Deus.
Trabalharás durante seis dias e neles farás todas as tuas obras.
O sétimo, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nele qualquer trabalho,
nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua escrava, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem nenhum dos teus animais, nem o estrangeiro que mora contigo.
Assim, o teu escravo e a tua escrava poderão descansar como tu.
Recorda-te que foste escravo na terra do Egipto e que o Senhor, teu Deus, te fez sair de lá
com mão forte e braço estendido.
Por isso, o Senhor, teu Deus, te mandou guardar o dia de sábado».