Leitura do Profeta Isaías (Is 42,1-4.6-7)                                 

Ideia principal: Jesus é o Filho/”Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito, cuja missão é a salvação dos homens.

– No Domingo passado, a 1ª Leitura foi tirada do Trito-Isaías (cf Is 56-66), uma colectânea de profecias de vários profetas que exerceram o seu ministério, entre os séculos VI e V, junto dos hebreus que regressaram da Babilónia. O texto de hoje – o primeiro dos quatro poemas do Servo de Yahwéh – pertence ao “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55), um profeta anónimo da escola de Isaías, que profetizou na Babilónia, entre os exilados hebreus, já na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C., quando muitos já duvidavam do cumprimento das promessas de libertação feitas, uns anos antes, pelo Profeta Ezequiel.

– O Servo de Yahwéh é um personagem misterioso, humilde e poderoso, escolhido por Deus para uma missão universal. O Novo Testamento está cheio de ressonâncias dos poemas do Servo de Yahwéh, vendo nesta singular figura um anúncio do Messias, com pleno cumprimento na pessoa de Jesus.

– O Servo é “eleito” por Deus, entre muitos, para uma missão de libertação e salvação; um instrumento através do qual Deus actua na realização do Seu projecto libertador, apresentado como Jesus será apresentado no Jordão: Ele o meu eleito, enlevo da minha alma; sobre ele fiz repousar o meu espírito.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, já que me elegeste e ungiste, concede-me a graça da fidelidade… como baptizado, saiba ser Teu instrumento na edificação do Reino; que os pobres, os oprimidos, todos os que “jazem nas trevas e nas sobras da morte” possam contar com o meu apoio, e, no desempenho da missão profética que me confiaste, tal como o “Servo”, actue sempre com mansidão, no respeito pela liberdade dos outros. Amem.

LEITURA I – Is 42,1-4.6-7

Diz o Senhor:«Eis o meu servo, a quem Eu protejo,
o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele
fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças;
não quebrará a cana fendida,
nem apagará a torcida que ainda fumega:
proclamará fielmente a justiça.
Não desfalecerá nem desistirá,
enquanto não estabelecer a justiça na terra,
a doutrina que as ilhas longínquas esperam.
Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te
pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros
e da prisão os que habitam nas trevas».