Leitura do Profeta Isaías (Is 6,1-2a.3-8)
Ideia principal: Somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
– Enquanto está no Templo em oração, Isaías, com uns 20 anos, descobre que Deus o chama a ser profeta. Foi no ano da morte do rei Osias, mas ainda em vida deste, entre os anos 740 e 738 a.C. Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Jahwéh (vers 1-5). O Deus majestoso e santo no grau mais elevado – «Santo, Santo, Santo!» – foi esse Deus que se manifestou a Isaías e que o convocou para o Seu serviço.
– Dois elementos característicos dos relatos de vocação: a objecção – o chamado conhece os seus limites e a sua indignidade; e a purificação – a eleição divina dá ao profeta autoridade, apesar das suas limitações humanas. Vem depois a aceitação da missão pelo profeta. Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
– Este texto da vocação e missão de Isaías está em perfeita consonância como Evangelho deste Domingo, que narra a vocação de Pedro, Tiago e João. Isaías, quando ouviu a voz do Senhor, exclama: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros». Também Pedro, chamado por Cristo, se sentiu indigno e pecador. A eles e a nós, Deus purifica e envia. Quer precisar de nós, Nosso Senhor!
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, tal como a Isaías e a Pedro, Tu me chamaste a uma missão. Dou-Te graças, meu Deus, porque estive atento, e, embora consciente das minhas limitações e indignidades, também eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me». A missão é sempre um caminho de Cruz, mas Deus nos dá a força para cumprirmos o que nos pede. Senhor, ensina-me a confiar e a vencer a tentação do comodismo e do medo. Amem
LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8
No ano em que morreu Ozias, rei de Judá,
vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime;
a fímbria do seu manto enchia o templo.
À sua volta estavam serafins de pé, que tinham seis asas cada um
e clamavam alternadamente, dizendo:
«Santo, santo, santo é o Senhor do Universo. A sua glória enche toda a terra!»
Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos
e o templo enchia-se de fumo.
Então exclamei: «Ai de mim, que estou perdido,
porque sou um homem de lábios impuros,
moro no meio de um povo de lábios impuros
e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
Um dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um carvão ardente
que tirara do altar com uma tenaz. Tocou-me com ele na boca e disse-me:
«Isto tocou os teus lábios: desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa».
Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: «Quem enviarei? Quem irá por nós?»
Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me».