Leitura do Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 1-2.22-29)

Ideia principal: A Igreja do tempo dos Apóstolos, iluminada pelo Espírito Santo, aprende a discernir o essencial do acessório, e assim, a boa nova Jesus pode ser acolhida por todos os povos.

– A primeira Leitura leva-nos ao Concílio de Jerusalém. Depois da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, entram na comunidade cristã muitos gentios, o que levanta um problema novo que Jesus não resolvera directamente: deve ou não impor-se aos pagãos a observância da “Torah” judaica? Os discípulos reunidos, oram e discutem com o coração aberto à voz do Espírito Santo. E encontram a resposta!

– Paulo coloca-se ao lado dos pagãos. Para ele é claro que a salvação não vem pela circuncisão nem pelas prescrições judaicas, mas unicamente de Jesus Cristo, o único Senhor e Salvador. Mas os judeo-cristãos, consideravam ser necessário que os pagãos, além do baptismo e da fé em Jesus, fossem circuncidados, contando, nesta sua posição, com o apoio de Apóstolos de “peso” como Pedro e de Tiago Menor…

– No concílio apostólico de Jerusalém discute-se o que devia ser incluído no núcleo fundamental da pregação e o que era acessório. Pedro, iluminado pelo Espírito Santo, reconhece que a Lei é um jugo que não deve ser imposto aos pagãos pois é “pela graça do Senhor Jesus” que se chega à salvação. Pedro, Paulo e Tiago chegam a acordo: A cultura de cada um não deve ser obstáculo ao anúncio do Evangelho.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Deus Espírito Santo, creio que sempre estás presente na caminhada da Igreja de Jesus! Uma coisa é crer que estás presente, outra coisa é escutar-Te, estar atento às interpelações que me fazes, saber ler os caminhos que apontas através dos sinais dos tempos… Maria Santíssima que ensinaste os Apóstolos, ensina-me também a mim a escutar e a deixar conduzir-me pelo Espírito Santo. Amem.

LEITURA I – Act 15, 1-2.22-29

Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos de Antioquia:
«Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos».
Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles.
Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém
para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Os Apóstolos e os anciãos,
de acordo com toda a Igreja, decidiram escolher alguns irmãos e mandá-los
a Antioquia com Barnabé e Paulo. Eram Judas, a quem chamavam Barsabás,
e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta carta:
«Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã
residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem nossa autorização,
alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras, resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos
juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que expuseram a sua vida
pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos Judas e Silas,
que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito Santo e nós
decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis:
abster-se da carne imolada aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isso. Adeus».