Leitura do Livro do Deuteronómio (Deut 18,15-20)

Ideia principal: O profeta é alguém que Deus escolhe, chama e envia para ser a Sua “palavra” viva, pela qual apresenta aos homens, de forma bem percetível, a Sua vontade.

– Para conhecer a vontade Deus, que se pode fazer? Recorrer à magia, aos adivinhos, aos feiticeiros, ir a uma sessão de espiritismo? Nada disso… o único meio legítimo, é o recurso ao profeta. Moisés é um exemplo de profeta: é um homem como aqueles a quem é enviado; não é eleito pelos homens, mas Deus o escolheu entre o povo; a sua missão é comunicar aquilo que Deus o encarrega de transmitir, e só isso.

– O Livro do Deuteronómio foi descoberto no Templo de Jerusalém no 18º ano do reinado de Josias (cf. 2 Re 22). Considera-se o “testamento espiritual” de Moisés, embora a mensagem que transmite não seja dele, mas de Deus, já que Moisés é um verdadeiro profeta e, como tal, não diz de si, nem aquilo que o povo quer ouvir, antes, com frontalidade e coragem, anuncia os desígnios de Deus para o povo e para o mundo.

– Moisés surge como o primeiro e o modelo de todos os profetas. Mas a leitura de hoje profetiza também a permanência do carisma profético ao longo da história de Israel (cf vv.19-22). O messias esperado por Israel, como reconhecia a tradição judaica, seria um profeta. Jesus, o novo Moisés, cumpre de modo eminente esta profecia: é o profeta que “os ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mc 1, 22).

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Jesus, o Profeta por antonomásia! És a Palavra que se fez carne, a Tua presença, os Teus gestos, a Tua fala são profecia! Pelo batismo participo da Tua missão profética… dá-me, ó Jesus, a graça da fidelidade no anúncio das coisas do Reino aos meus irmãos. Afasta de mim a tentação auto suficiência… no exercício da missão profética, esteja sempre ao serviço de Deus, dos planos de Deus, da verdade de Deus. Amem.

LEITURA I – Deut 18,15-20

Moisés falou ao povo, dizendo:
«O Senhor teu Deus fará surgir
no meio de ti, de entre os teus irmãos,
um profeta como eu; a ele deveis escutar.
Foi isto mesmo que pediste ao Senhor teu Deus
no Horeb, no dia da assembleia:
‘Não ouvirei jamais a voz do Senhor meu Deus,
nem verei este grande fogo, para não morrer’.
O Senhor disse-me:
‘Eles têm razão; farei surgir para eles, do meio dos seus irmãos,
um profeta como tu. Porei as minhas palavras na sua boca
e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar.
Se alguém não escutar as minhas palavras
que esse profeta disser em meu nome,
Eu próprio lhe pedirei contas. Mas se um profeta tiver a ousadia
de dizer em meu nome o que não lhe mandei,
ou de falar em nome de outros deuses, tal profeta morrerá’».