Leitura dos Actos dos Apóstolos (Act 1, 1-11)

Ideia principal: Jesus, depois de cumprir a Sua missão redentora, voltou à vida plena junto do Pai – a vida reservada a todos os que percorrem o “caminho” que Jesus percorreu.

– O livro dos “Actos dos Apóstolos” dirige-se às comunidades cristãs da década de 80, cerca de cinquenta anos após a morte de Jesus, em “crise” por demorar a vinda de Cristo glorioso a fim de instaurar o “Reino”. O catequista Lucas avisa que, após a ida de Jesus para junto do Pai, passou para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito, a edificação do Reino na História, tarefa que exige o empenho contínuo de todos os crentes.

– Comprometidos com a Igreja na edificação do Reino, a Ascensão de Cisto é garantia da nossa esperança: havemos de chegar ao Céu, é lá a nossa morada, onde estão, desde já, os nossos corações, pois lá está a nossa cabeça, Cristo, que ao colocar à direita do Pai a nossa frágil humanidade – que assumiu por inteiro na Encarnação – unida à Sua Divindade, constantemente nos atrai para onde já está.

– Na Ascensão, ao despedir-se dos discípulos, Jesus recorda “a promessa do Pai”, o Espírito Santo – ”sereis batizados no Espírito Santo”, referindo-Se ao Pentecostes que, dentro de 10 dias, os inundará dos seus dons e da sua força; lembra, em seguida, o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”, desde Jerusalém a Roma, continuando a missão de Jesus, impelidos pelo Espírito Santo.

 Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Cristo ressuscitado, que reentraste na glória da comunhão com Pai, mas continuas entre nós! E me convidas a continuar no mundo, na força do Espírito Santo e em comunhão com os meus irmãos, na Igreja, a Tua a obra libertadora, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor. Ensina-me, Jesus, a caminhar contigo, a construir o Reino aqui, olhando o futuro com a clarividência do Teu olhar. Amem.

I LEITURA – Act 1, 1-11

No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus.

Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual – disse Ele – Me ouvistes falar. Na verdade, João batizou com água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias».

Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?» Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra».

Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus se afastava, apresentaram-se-Ihes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».