Domingo XXII do Tempo Comum – Ano C

Leitura da Epístola aos Hebreus (Heb 12, 18-19.22-24a)

Ideia principal: A vida cristã, que radica no encontro com Cristo, exige de nós a humildade, a simplicidade, o amor que se faz dom, valores e atitudes a que apelam as Leituras deste domingo.

– Cansados das provações, agravadas pela perseguição movida pelos seus próprios irmãos de raça, muitos dos hebreus que aceitaram Cristo, vacilam na sua fé e ponderaram o regresso ao judaísmo cujas tradições Jesus havia relativizado, sentem-se tentados trocar o espírito pelas formalidades. O autor da Carta das Hebreus exorta à fidelidade, estes, que atingidos por uma nostalgia pouco saudável, estão perturbados.

– Na sua exortação, já quase no final daquilo que muitos admitem ser um sermão, como argumenta o autor da Carta aos Hebreus? Contrapõe a experiência do Sinai, caracterizada por uma clamorosa manifestação de Deus e da entrega da Lei, fundamento da Aliança, com a experiência cristã, que acontece na normalidade do dia-a-dia, em que, graças à mediação de Cristo, são eliminados tanto o distanciamento como o medo.

– Jesus apresentou-nos a religião de um Deus que é Pai, que nos ama, que nos convoca para a comunhão com Ele e com os irmãos. Duas perguntas: Não será que no nosso relacionamento com Deus há ainda resquícios do Antigo Testamento? Ou, pelo contrário: não será que a tranquilidade da experiência cristã favorece o comodismo e a preguiça, e é convite à cedência quando surgem obstáculos e desafios?

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, que no Sinai Te manifestaste ao som da trombeta, como um trovão, suscitando o distanciamento e o medo. Todos os dias, pela Tua infinita misericórdia e não pelos meus méritos, na santa missa, me encontro conTigo, através do Ressuscitado, em clima de festa. Ó Eterno Juiz! A possibilidade, dada por Jesus, de poder viver como Teu filho, seja sempre, para mim, estímulo à exigência na luta contra o pecado. Amem.

LEITURA II – Heb 12, 18-19.22-24a

Irmãos:
Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível,
como os israelitas no monte Sinai:
o fogo ardente, a nuvem escura,
as trevas densas ou a tempestade,
o som da trombeta e aquela voz tão retumbante
que os ouvintes suplicaram que não lhes falasse mais.
Vós aproximastes-vos do monte Sião,
da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste,
de muitos milhares de Anjos em reunião festiva,
de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu,
de Deus, juiz do universo,
dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição
e de Jesus, mediador da nova aliança.