Domingo XXVII do Tempo Comum – Ano C

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo (2 Tim 1,6-8.13-14)

Ideia principal: O discípulo é chamado a assumir o seu compromisso com Jesus e com o “Reino”, sem quaisquer calculismos, acolhendo os dons de Deus entregando-se com confiança nas Suas mãos.

– Até ao fim do Ano C, vamos ler esta 2ª Carta a Timóteo, o discípulo que acompanhou Paulo nas suas viagens missionárias e que, segundo a tradição, foi bispo de Éfeso. Não falta quem conteste que seja São Paulo o autor da Carta. É verdade que necessidade de anunciar o Evangelho já não é o grande tema, mas sim “conservar a fé”, um tema mais tardio, quando grassam as heresias. Mas as inúmeras alusões pessoais abonam a favor da autenticidade paulina. O Apóstolo escreve do segundo cativeiro romano, pelo ano 67.

– Paulo exorta Timóteo “a que reanime o dom de Deus” – o fogo da graça de Deus! Deve recusar o medo e a cobardia, pautado a sua vida pela “fortaleza, caridade e moderação”. A capacitação carismática não elimina as dificuldades, nem as perseguições; quando estas surgem, é necessário ser forte e perseverante.

– Timóteo é exortado a conservar-se fiel à sã doutrina recebida de Paulo (vs. 13-14), inspirando-se nos seus ensinamentos e no seu exemplo (o apóstolo está no cárcere por causa de Cristo). O tesouro do Evangelho foi-lhe confiado para ser conservado e, sobretudo, para ser integralmente transmitido com o auxílio do Espírito Santo. O discípulo permanece fiel e perseverante graças a este dinamismo interior do Espírito.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus, único mestre, Tu chamaste e enviaste Paulo e Timóteo. Naquele “testamento”, escrito na prisão, já perto do martírio, Paulo exorta Timóteo a perseverar no ministério e a conservar a sã doutrina. Convite que também a mim toca… Jesus, tu me chamaste e envias! Ó Divino Espírito, reanima o carisma que recebi pela imposição das mãos, para permanecer fiel à doutrina recebida dos apóstolos. Amem!

LEITURA II – 2 Tim 1,6-8.13-14

Caríssimo:
Exorto-te a que reanimes o dom de Deus
que recebeste pela imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez,
mas de fortaleza, de caridade e moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor,
nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro.
Mas sofre comigo pelo Evangelho,
confiando no poder de Deus.
Toma como norma as sãs palavras que me ouviste,
segundo a fé e a caridade que temos em Jesus Cristo.
Guarda a boa doutrina que nos foi confiada,
com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós.