3º Domingo de Páscoa – Ano A 2023

Leitura do Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 2, 14.22-33)

Ideia principal: A Ressurreição de Jesus atesta que Ele é esse Messias, enviado por Deus com uma proposta de salvação para todos. Os cristãos devem ser as testemunhas desse facto no mundo.

– A 1ª Leitura é constituída por excertos do discurso de Pedro no Dia de Pentecostes, o “Shavu’ot” judaico que celebrava a Aliança, sobretudo o dom da Lei ao Povo de Deus, no Sinai. Entendamo-nos: não é a reprodução das palavras de Pedro, no cenáculo, mas um discurso construído por Lucas, o autor dos Actos, que apresenta, assumido por Pedro, “kerigma” (1º anúncio) feito pela primitiva comunidade cristã.

– Pinta o “retrato” de Jesus a partir da experiência que d’Ele tinham os judeus: o “nazareno”, por ter vivido em Nazaré e por ser “nazir”, isto é, consagrado a Deus (cf Juízes, 13). O novo Moisés: operava milagres, prodígios e sinais, uma tríade que nos remete para as obras que Deus, no A. T., fez através de Moisés. A quem os judeus deram a morte – referência ao tribunal de Pilatos e à crucifixão, factos ainda muito recentes.

– Pedro dirige-se a judeus que conhecem as Escrituras e as promessas de Deus. Por isso, fala da ressurreição sem referir a experiência que os Apóstolos fizeram do Ressuscitado, mas citando o Salmo 16, onde David, profetiza sobre um “amigo” de Jahwéh que vencerá a morte, herdará o trono do seu pai e estabelecerá um reino eterno. Jesus é esse que venceu a morte; portanto, o filho de David, o Messias que Israel esperava.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, Pai Santo, que ressuscitaste Jesus e não permitiste que a morte O derrotasse… e assim nos fazes entender que uma vida gasta ao Teu serviço e na entrega aos irmãos não conduz ao fracasso, mas à exaltação. Quando tropeço nalguma desilusão, logo me pergunto se faz sentido uma vida que se faz dom… De novo, hoje, a resposta vem da Palavra escutada. Por Ela Te dou graças, Senhor! Louvado sejas! Amem.

LEITURA I –  Act 2, 14.22-33

No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos,
ergueu a voz e falou ao povo: «Homens de Israel, ouvi estas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres,
prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus,
vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou O, livrando O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença’.
Irmãos, seja-me permitido falar vos com toda a liberdade:
o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento
que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção. Foi este Jesus que Deus ressuscitou
e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus,
recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis».