19º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura do Primeiro Livro dos Reis (1 Reis 19,9a.11-13a)

Ideia principal: Ousemos peregrinar ir às origens da fé e do compromisso assumido… Deus não Se nos manifestou numa teofania espetacular, mas, como hoje na humildade, na simplicidade, na interioridade.

– O episódio passa-se no Reino do Norte, no reinado de Acab (873-853 a.C.).  Para facilitar o intercâmbio com os países da região, e influenciado por sua mulher, Jezabel, filha do rei de Tiro, liberaliza o culto aos deuses pagãos, e, ele próprio, erige altares a Baal e Asserá, deuses pagãos a quem presta culto. Levanta-se o Profeta Elias… como muito outros israelitas, recusando que seja posta em causa a fé monoteísta e Jahwéh.

– Elias ataca vigorosamente os sacerdotes de Baal, o que provoca a cólera de Jezabel. O profeta retira-se para o deserto e caminha 40 dias e 40 noites até ao monte Horeb. Refugia-se numa gruta, a mesma onde Deus Se terá encontrado com Moisés. Regressado à fonte da fé e da fidelidade, Elias é convidado a aguardar a passagem de Deus. Jahwéh manifesta-se na “ligeira brisa”. Elias reconhece-O e tapa o rosto.

– Ao contrário de outras teofanias relatadas no AT, e nalgumas passagens escatológicas do NT, Deus não Se revela através dos elementos impetuosos da natureza… aquela “ligeira brisa” é o sinal da calma apaziguadora do encontro. Deus permanece invisível, até porque Elias tapa o rosto, mas está e o profeta dá-se conta da Sua presença, escuta-O, fala com Ele… e retoma missão que havia recebido de Deus.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, Pai Santo dou-Te graças porque não desistes do Teu Povo: como Elias a Israel, na JMJ convidaste a Igreja a voltar às origens, ao ímpeto evangelizador dos primeiros tempos, a reencontrar o rosto de Jesus, tão diferente dos rostos dos deuses que nos seduzem e tentam afastar-nos do apostolado e da missão… Senhor, como ao Papa Francisco falta-me o viço da juventude… mas… eis-me aqui, conta comigo! Amem.

LEITURA I – 1 Reis 19,9a.11-13ª

Naqueles dias,
o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb,
e passou a noite numa gruta.
O Senhor dirigiu-lhe a palavra, dizendo:
«Sai e permanece no monte à espera do Senhor».
Então, o Senhor passou.
Diante d’Ele, uma forte rajada de vento
fendia as montanhas e quebrava os rochedos;
mas o Senhor não estava no vento.
Depois do vento, sentiu-se um terramoto;
mas o Senhor não estava no terramoto.
Depois do terramoto, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo.
Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando o ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto,
saiu e ficou à entrada da gruta.