23º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura da Profecia de Ezequiel (Ez 33,7-9)

Ideia principal: Cada um de nós, como o Profeta, deve estar atento ao que, na cidade dos homens, subverte o projeto de Deus e impede que as pessoas sejam felizes.

– Ezequiel é conhecido como “o profeta da esperança”. Deportado para a Babilónia com a classe dirigente de Judá, em 597 a.C., quando Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Em 593 a.C. foi chamado, já no exílio, a ser Profeta, e lá exerceu a sua missão profética entre os exilados judeus, que se tornam muito mais numerosos em 586 a.C., quando o exército de Nabucodonosor arrasou Jerusalém e foram deportados uma mais judeus. O trecho que lemos situa-se entre a chegada destes novos deportados e o ano 570 a.C.. Ezequiel procura alimentar a esperança dos exilados e transmitir ao Povo a certeza de que o Deus salvador e libertador – esse Deus que Israel descobriu na sua história – não os abandonou nem esqueceu.

– Porém, Ezequiel não é um pregador que fala para “a plateia”…  é alguém que se dirige pessoalmente à consciência dos intervenientes com o intuito de levar cada um a assumir a sua responsabilidade pessoal. Entende o profeta como uma “sentinela” de Deus, que tem o dever de avisar do bem e do mal, sob pena de se vir a tornar cúmplice da desgraça que possa recair sobre o povo. Como Deus a Caim (cf  Gn 9, 5-6), pede contas do sangue derramado… porém, não quer a morte do pecador, mas a sua conversão (Ez 18, 32).

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Louvado sejas, ó Deus nosso Pai! Chamaste um profeta que se assumiu como sentinela da casa de Israel!! Zurziu forte em cada um daqueles que queriam levar o Teu Povo a trilhar caminhos conduziam à infelicidade. “Profetas-sentinelas” precisa-se nesta sociedade do politicamente correto… Eis-me aqui, Senhor! Possa eu ser um sinal vivo desse Teu projeto de salvação e vida feliz para todos. Amem.

LEITURA I – Ez 33,7-9

Eis o que diz o Senhor:
«Filho do homem,
coloquei-te como sentinela na casa de Israel.
Quando ouvires a palavra da minha boca,
deves avisá-los da minha parte.
Sempre que Eu disser ao ímpio: ‘Ímpio, hás-de morrer’,
e tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho,
o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade,
mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte.
Se tu, porém, avisares o ímpio,
para que se converta do seu caminho,
e ele não se converter,
morrerá nos seus pecados,
mas tu salvarás a tua vida».