Visita Guiada
A visita à Basílica dos Mártires
Entrou na Basílica dos Mártires, a igreja paroquial da Paróquia de Nossa Senhora dos Mártires, criada em 1147, logo depois de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, ter conquistado Lisboa aos mouros.
Começou por ser uma pequena ermida, cuja construção teve início a 21 de Novembro do ano da conquista, com a intenção de nela ser prestado culto à sagrada imagem de Nossa Senhora, trazida pelos Cruzados ingleses, diante da qual o Rei Afonso pediu auxílio e protecção à Mãe de Deus para conseguir aquilo que se propunha: fazer de Lisboa uma cidade cristã. O povo começou a invocá-la como a Nossa Senhora dos Mártires ou Santa Maria dos Mártires em memória de todos os soldados cristãos que, movidos pela fé, morreram em combate.
No Ano de 1750, após a conclusão do restauro iniciado em 1746, a Basílica dos Mártires era uma igreja barroca com a grandiosidade que hoje ostenta. Esse templo foi completamente destruído pelo terramoto que devastou Lisboa em 1 de Novembro de 1755.
A actual Basílica, projectada pelo Arquitecto Manuel Reinaldo dos Santos, foi dedicada em Março de 1784. É o ex libris da reconstrução pombalina em edifícios religiosos. Situada no coração de Lisboa, nela trabalharam os melhores artistas e os melhores artífices da época. Nela se utilizaram os melhores dos recursos então disponíveis: pedra, mármores, madeiras, ferragens.
A visita pode ter início no baptistério, situado no lado esquerdo de quem entra, o lado da Epístola. Na imponente porta em grade de ferro de dois batentes pode ler-se a inscrição: nesta Paróquia se administrou o primeiro Baptismo depois da tomada de Lisboa aos mouros no ano de 1147. Na pia baptismal que os nossos olhos vêem, trazida intacta da primitiva basílica, foi baptizado, em Maio de 1514, o Beato Bartolomeu dos Mártires, beatificado a 4 de Novembro de 2001. Uma grande tela representando o Baptismo de Jesus encontra-se no espaço do baptistério, cujas paredes estão revestidas com estuque pintado.
Antes de prosseguirmos, saudemos Jesus presente no Sacrário.
O Sacrário actualmente em uso é em pedra, muito bem trabalhada, colocado sobre a banqueta do altar-mor, em mármore negro, o mesmo que emoldura a entrada do trono, onde se encontra da sagrada imagem de Nossa Senhora dos Mártires, sobre um trono e num baldaquino dourados. Sobre a entrada do trono, um medalhão ovalado em mármore branco, com trabalho em alto relevo tendo no centro, em ouro, o cálice com a hóstia sobreposta, ladeado por dois enormes Anjos em adoração.
O tecto da capela-mor, os outros tectos e os retábulos são da autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho que, nos tectos, trabalhou com o seu discípulo José António Narciso. No centro do tecto da capela-mor, a Santíssima Trindade; dos lados, ladeando os medalhões com Jesus (lado do Evangelho) e Nossa Senhora (lado da Epístola) a representação das virtudes da Fé, Esperança, Caridade e Fortaleza. Os enormes tocheiros que, sobre a banqueta, ladeiam o sacrário, são em prata lavrada.