25º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 16, 1-13)

Ideia principal: O administrador astuto prescindiu de um lucro imediato, mas precário, na esperança de algo mais duradouro. Assim deve proceder o discípulo, nas opções do dia a dia, tendo em vista a vida eterna.

– Uma vez mais, Lucas não indica em que momento do “caminho para Jerusalém” aconteceu este ensinamento, pois o interesse do evangelista não é situá-lo neste ou naquele lugar, – nem este nem os anteriores… ele quer sentar-nos aos pés de Jesus, para, à maneira do discípulo, como Maria de Betânia, escutar do Mestre as suas instruções. Neste domingo, o assunto é a forma de lidar com os bens materiais.

– O Evangelho reúne dois textos que falam de dinheiro: uma parábola e alguns ditos, sem relação direta entre si. Para o mundo, a “segurança” está no dinheiro ou gira em torno dele. Este ídolo, o “esterco do diabo”, dizia São Basílio, bem como os bens materiais, podem ser transformados em instrumentos de bem fazer; assim, no Céu, estarão a acolher-nos, não apenas Deus, mas também aqueles a quem ajudámos.

– Na parábola, não é a desonestidade que é elogiada, mas a esperteza. É o sentido prático e a astúcia do administrador que são sublinhados: ele soube precaver-se a fim de garantir o futuro próximo. Ao discípulo, mais que o futuro neste mundo, interessa o Reino dos Céus, nisso ele deve investir. Temos aqui, sem dúvida, uma faceta importante da conversão, um ensinamento que não poderia faltar na subida para Jerusalém.

Rezar a Palavra e contemplar o mistério

Senhor, que administrador este… manhoso, espertalhão, realista… Ao menos interpelou-me sobre o modo como estou a administrar esta grande quantidade de bens que me destes e tenho entre mãos. Partilho-os, sirvo-me deles para fazer o bem, ou uso-os como se fossem meus? Senhor, dá-me a sabedoria de, com eles, arranjar “um tesouro inesgotável no Céu, onde o ladrão não chega e a traça não rói” (Lc 12,33). Amem.

EVANGELHO – Lucas 16, 1-13

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador, que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’ O administrador disse consigo: ‘Que hei de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’. Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?
E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».