Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 17, 5-10)
Ideia principal: A fé é adesão corajosa, entusiasta, radical ao projeto de Jesus que visa a instauração do “Reino” no mundo. Somos servos inúteis que a graça torna aptos… só Deus é Deus!
– Outro ensinamento de Jesus no caminho para Jerusalém. O mesmo objetivo dos ensinamentos anteriores: preparar os discípulos para a missão a que foram chamados – dar testemunho do “Reino”. Uma coisa os discípulos já perceberam e o Mestre nunca lha escondeu: o caminho do Reino é exigente. Os desafios que os esperam e a consciência das suas limitações, detona este pedido: “aumenta-nos a fé” (v.5).
– As sucessivas exigências, fá-los perceber que Deus, não raro, “estica a corda”… e aos que respondem com generosidade, Deus pede mais, mas dá mais do que pede. Por isso, ao dom ilimitado da Sua graça, a resposta não pode ser outra senão a gratuidade do serviço, tão limitado. Ao humilde serviço do inútil servo, Deus concede uma eficácia espantosa: a amoreira é arrancada pela raiz e mudada de lugar! (v.6).
– Dois textos – vv.5-6; vv. 7-10- para um ensinamento sobre a fé e as obras. Quem, por inteiro, confia no Senhor, realizará obras maravilhosas. Porém, pelas obras que faz não pode reivindicar de Deus direitos especiais, nem Deus lhe fica a dever obrigações. Algum bem que se faz, não são méritos que se alcam, como pensavam os fariseus… pelo poder de Deus o fazemos. A Deus, pois, toda a gratidão e louvor!
Rezar a Palavra e contemplar o mistério
Senhor, como está arreigada na mente dos Teus amigos a quem já não chamas servos (cf. Jo.15,15) aquela ideia de que, fazendo boas obras, acumulamos méritos que garantem a salvação! Por isso, uma e outra vez voltas ao assunto, e corriges este “fariseu” que ainda sou… Sou, isso sim, um servo inútil capaz de realizar obras maravilhosas pelo poder da Tua graça. Senhor, dá-me fé e torna-me humilde! Louvado sejas! Amem.
EVANGELHO – Lucas 17,5-10
Naquele tempo, os Apóstolos disseram ao Senhor:
«Aumenta a nossa fé».
O Senhor respondeu:
«Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira:
‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia.
Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado,
lhe dirá quando ele volta do campo:
‘Vem depressa sentar-te à mesa’?
Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires,
até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu.
Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou?
Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado,
dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’».