Leitura da Epístola de São Paulo aos Romanos (Rom 8,18-23)

Ideia principal: Orientar a vida pela Palavra de Deus, é condição para viver “segundo o Espírito” e, vivendo assim, ajudar a construir o “novo céu e a nova terra” com que sonhamos.

– A harmonia inicial encontra-se transtornada, não apenas o homem, mas também as outras criaturas, “gemem interiormente”, por causa “da corrupção que escraviza”. Esta situação da criação deve-se ao homem, certamente, ao mau uso que faz das criaturas, usando mal o poder que Deus lhe deu para as dominar. Mas também a Deus que, após o pecado, dispôs a natureza de forma a punir o homem pecador.

– O texto da carta aos Romanos que hoje escutamos, aborda um tema recorrente na Bíblia: a solidariedade entre o homem, os outros animais e a natureza (cf. Gn 9,12-13; Col 1,20; Ap 21,1-15).Toda a criação aguarda que o homem escolha a vida “segundo o Espírito”, o que supõe a renúncia a interesses mesquinhos e até o dom da própria vida. São “as dores do parto”, condição para o nascimento de uma nova vida.

– Este é o convite de São Paulo: perceber que as dores que fazem a criação gemer, não são as dores de um moribundo; antes são as dores que provocam o grito da mulher que vai dar à luz. Os cristãos são sensíveis à desordem que vai na “nossa casa comum”, mas não desesperam… Não obstante os sinais preocupantes, a razão da nossa esperança está na eficácia da Palavra de Deus, capaz de fazer novas todas as coisas.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Oh Deus, Criador e Senhor do céu e da terra! Tudo manténs pelo poder da Tua Palavra, viva e eficaz. Aconteça o que acontecer, faz-me ver. Ó Deus, o futuro do mundo e da humanidade com os óculos da esperança. Purifica, Senhor, a minha esperança… seja eu daqueles Teus servos que, procurando viver “segundo o Espírito”, constroem já na nossa terra, na nossa história, esse “novo céu e nova terra”. Amem.

LEITURA II – Rom 8, 18-23

Irmãos:

Eu penso que os sofrimentos do tempo presente
não têm comparação com a glória
que se há de manifestar em nós.
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente
a revelação dos filhos de Deus.
Elas estão sujeitas à vã situação do mundo,
não por sua vontade,
mas por vontade d’Aquele que as submeteu,
com a esperança de que as mesmas criaturas
sejam também libertadas da corrupção que escraviza,
para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Sabemos que toda a criatura geme ainda agora
e sofre as dores da maternidade.
E não só ela, mas também nós,
que possuímos as primícias do Espírito,
gememos interiormente,
esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo.