29º Domingo do Tempo Comum – Dia Mundial das Missões

Leitura do Livro de Isaias (Is 53, 10-11)

Ideia principal: A vida de quem deixa tudo e parte para um país de missão, pode, aos olhos do mundo, parecer uma vida perdida… mas, aos olhos de Deus, é fecunda e portadora de esperança.

– O nosso texto – IV poema do “Servo de Jahwéh” – pertence ao “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55), profeta anónimo da fase final do exílio na Babilónia, entre 550 e 539 a.C.. É, dos 4 poemas, o mais impressionante, e, por isso, o mais comentado e rezado pelos cristãos, que reconhecem naquele “Servo” uma figura do próprio Jesus na Sua dolorosa Paixão, Morte e Ressurreição pela salvação de todos.

– No início do poema – ou cântico – os vs 2-3 que não fazem parte da leitura deste domingo, compara-se o “Servo” a uma planta do deserto, sem beleza nem formosura… incapaz de atrair a atenção de alguém, pois é uma pessoa fraca, desprezada, vencida. Mas Deus vê-o de forma diferente… perseguido e sofredor, o Servo não se queixa: entrega-se em oferta de si próprio, curando das suas iniquidades quem o odeia.

– O sofrimento do “Servo de Jahwéh” não é castigo de Deus, mas reparação, “expiação vicária”. No ritual sacrificial do AT, o crente sacrificava um animal para alcançar de Deus o perdão dos seus pecados. O sofrimento do “Servo” é reparador: servirá para eliminar os pecados “de muitos” e gerar a vida para o Povo; como Jesus que “veio para servir e dar a vida pela salvação de todos” (Evangelho de deste domingo).

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, concede-me a graça de aprender com o Teu “Servo” e vê-lo como Tu o vês… no Teu olhar, reconheço que as suas chagas não são um castigo que ele merecesse, mas a dura consequência dos meus pecados e rebeldias. Sem revolta nem vinganças, assume os meus pecados, os pecados que o feriram, para tornar aquelas chagas remédio que me justifica. Ó, milagre do perdão! Bendito sejas, Senhor. Amem.

LEITURA I – Is 53, 10-11

Aprouve ao Senhor esmagar o seu Servo pelo sofrimento.
Mas, se oferecer a sua vida como vítima de expiação,
terá uma descendência duradoira, viverá longos dias,
e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.
Terminados os sofrimentos,
verá a luz e ficará saciado.
Pela sua sabedoria, o Justo, meu Servo, justificará a muitos
e tomará sobre si as suas iniquidades.