Leitura da Profecia de Daniel (Dan 7, 13-14)
Ideia principal: Deus vai intervir no mundo, através de um “filho de homem” vitorioso que vai aparecer “sobre as nuvens”, figura de Cristo e anúncio da Sua realeza.
– No reinado de Antíoco IV Epífanio (174-164 a.C.), os selêucidas tudo fazem para, com violência, asfixiar a cultura e as tradições dos judeus, impondo-lhes os valores da cultura helénica. O autor do Livro de Daniel, um judeu fiel aos valores religiosos do seu povo, exorta os seus concidãos a permanecerem fiéis aos valores tradicionais. Aos que assim procederem, Jahwéh os recompensará com a vitória sobre os inimigos.
– A 1ª Leitura deste domingo de Cristo-Rei é tirada da 2ª parte do Livro, a parte profética (caps 7-12), onde se faz, em estílo apocalíptico, a descrição do julgamento divino, que termina com estabelecimento do reino de Deus (os versículos 13 e 14, hoje lidos). O arrogante Antíoco IV Epifânio é morto e destruído, e o reino eterno, assente, não na brutalidade, mas no poder manso do amor, é entregue ao Filho de Homem.
– Esta profecia realizou-se quando o poder passa para os Macabeus, os novos libertadores? Não. Somente com a vinda de Jesus. Antes d’Ele, todos os reinos – em Daniel, representados por quatro bestas enormes saídas do mar – seguiam a lógica do domínio do mais forte. Jesus colocou no vértice dos valores, não o poder, mas o serviço. Pautou-se por uma nova lógica: a do coração do homem, oposta à lógica das bestas.
Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Jesus, Tu és “o Messias, o Filho de Deus bendito”, o “Filho do Homem sentado à direita do Poder”, que virá “sobre as nuvens do céu”! Na força do Teu Espírito, creio na Tua glória e poder, e reconheço a Tua soberania sobre a história humana. Liberta-me e liberta todos “os santos” das garras do poder opressor, a fim de participarmos no Teu Reino definitivo da felicidade e da paz. Amem.
LEITURA I – Dan 7, 13-13
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos e nações O serviram.
O seu poder é eterno, não passará jamais,
e o seu reino não será destruído.