Domingo XXX do Tempo Comum – Ano C

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo (2 Tim 4,6-8.16-18)

Ideia principal: Neste desporto sobrenatural que é a vida cristã, uma coroa da será atribuída por um árbitro, aos vitoriosos: o árbitro é Deus, que contempla a competição e, com justiça, atribui o prémio.

– “Eu já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida está iminente” … o desprender das amarras, isto é, a morte, aproxima-se e Paulo está seguro disso. Adivinha-se uma morte violenta, o martírio, com derramamento de sangue por Cristo e em união com Ele, uma imolação em honra de Deus. Estamos seguramente no ano 67, ano do martírio do Apóstolo, que, como é natural, faz um balanço da sua vida.

– Nos versículos 16 a 18, Paulo expressa um queixume: apesar de ter oferecido pelos irmãos, sente-se, abandonado e só. Só Deus esteve sempre a seu lado, lhe deu força e o livrou de todo o mal. O Deus fiel – o apóstolo não duvida disso – lhe concederá a vida eterna, o Céu, como prémio de uma vida santa: uma “coroa de Justiça” àquele que praticou obras justas, isto é, em tudo procurou cumprir a vontade de Deus.

– O autorretrato que Paulo faz de si mesmo na liberdade própria de quem está prestes a apresentar-se ao “justo Juiz”, nada tem a ver com autocomplacência farisaica que reivindica de Deus o merecido pelas boas obras realizadas… São Paulo reconhece que não se fez a si próprio, que foi Cristo quem o justificou, que aquilo que é, é fruto do amor de Deus e não dos seus méritos pessoais (que, contudo, são notáveis…).

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor, Jesus, há duas maneiras de dar a vida por Ti: uma é gastá-la dia a dia ao serviço do Reino; outra é derramar o sangue por causa da fé… Paulo experimentou estas duas formas de martírio. Imitá-lo é o desafio feito a Timóteo e ao discípulo que qualquer tempo. A mim também! Sei, Senhor, que sempre me fortaleces com a Tua graça no caminho que sou chamado a percorrer. “Glória a Ti pelos séculos sem fim. Amem”. 

LEITURA II – 2 Tim 4,6-8.16-18

Caríssimo:
Eu já estou oferecido em libação
e o tempo da minha partida está iminente.
Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
E agora já me está preparada a coroa da justiça,
que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia;
e não só a mim, mas a todos aqueles
que tiverem esperado com amor a sua vinda.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram.
Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio,
a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada
e todas as nações a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste.
Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Amem.