Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 2, 13-25)

Ideia principal: Nesta Quaresma Jesus quer purificar o templo da minha alma e do meu coração, para poder celebrar comigo a Sua Páscoa.

– A cena passa-se no átrio do majestoso Templo de Jerusalém que Herodes começou a contruir em 19 a.C. e, em 63 d. C., foi dado por concluído. Porém, estava praticamente pronto no ano 9 d.C.. João situa o episódio nos dias que antecedem a festa da Páscoa, altura em que a população triplicava e o comércio em torno do Templo efervescia. É neste contexto que Jesus realiza o Seu gesto profético.

– Com que autoridade fez o que fez? Jesus responde: “destruí este Templo e Eu o reconstruirei em três dias”… Recorrendo à figura literária do “mal-entendido”, João, que compreendeu o que os judeus não compreenderam, deixa claro que Jesus não Se referia ao Templo de Herodes (hiéron), mas ao “Templo” que é o próprio Jesus (naós), o lugar da adoração, a “Casa de Deus” (oíkos), o Santuário de Deus.

Cristo “perdeu as estribeiras”… de chicote na mão – o chicote da Sua Palavra – entra no templo dos nossos corações para de lá expulsar todo o egoísmo, a soberba, a luxúria, as indelicadezas, as divisões… Jesus quer a Igreja que nós somos – que é d’Ele – purificada… apenas busque a glória de Deus e seja veículo da graça; não seja mais burocrática e controladora, empecilho no encontro do homem com Deus. 

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus, eu Te peço: Entra com o chicote do amor em riste e expulsa todos esses vendilhões que querem traficar, “ao preço da chuva”, aqueles bens com que me presenteastes no dia do meu Baptismo. No tempo que resta desta Quaresma, eu o aproveite para me deixar purificar, a fim de que, na Páscoa, renasça em mim o homem novo, plasmado em Ti, meu Senhor! Amem.

EVANGELHO – Jo 2, 13-25

Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas
e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os
a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas
e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas:
«Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe:
«Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?»
Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para
se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?»
Jesus, porém, falava do templo do seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito
e acreditaram na Escritura e nas palavras que Jesus dissera.
Enquanto Jesus permaneceu em Jerusalém pela festa da Páscoa, muitos, ao verem os milagres que fazia, acreditaram no seu nome. Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos e não precisava de que Lhe dessem informações sobre ninguém:
Ele bem sabia o que há no homem.