XXXI Domingo do Tempo Comum – Ano C

Leitura do Livro da Sabedoria (Sab 11,22-12,2)

Ideia principal: Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos, sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, porque todos são seus filhos.

– No texto do Livro da Sabedoria que escutámos, o sábio de Israel faz a comparação entre o modo como Deus castiga os “ímpios” e a salvação reservada aos “justos”. E interroga-se, procurando as razões da benevolência de Deus para com os egípcios… Ele é grande e omnipotente; Ele é misericordioso, quer que o pecador se converta e viva; Ele é o Criador, o Seu amor se derrama sobre todas as suas criaturas.

– Não raro consideramos as provações da vida ou as calamidades naturais, como castigos de Deus. E, como nós, também a Bíblia o faz. Neste trecho do Antigo Testamento – embora da primeira metade do século I a. C. – essas situações são vistas na óptica de Deus: não são castigos, mas advertências, para que o homem reconheça os seus pecados e arrepie caminho, escolhendo o caminho da vida.

– Na 1ª Leitura, o autor sagrado, diz-nos que Deus ama todas as suas criaturas. É Ele o Criador de tudo e de todos, como poderia, então, não amar alguma das Suas criaturas? O Evangelho (Lc 19, 1-10) narra-nos a história de Zaqueu, homem mau e por isso desprezado por todos. Jesus faz-Se convidado para ir a sua casa. Durante o encontro, o olhar de Jesus, reflexo do amor de Deus, transformou-o, tornando-o capaz de amar.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus Todo-Poderoso, ó Deus Misericordioso, ó Deus Criador de todas as coisas! Sobre todos derramas abundantes graças e repartes misericórdia, com todos Te preocupas, corriges, admoestas, perdoas, para que se afastem do mal e façam comunhão conTigo. Eis, Senhor, a Tua “fotografia”. Que eu a interiorize e me “empape” dessa lógica da misericórdia, e isso transpareça em gestos na relação com os irmãos. Amem.

LEITURA I – Sab 11,22-12,2

Diante de Vós, Senhor, o mundo inteiro
é como um grão de areia na balança,
como a gota de orvalho que de manhã cai sobre a terra.
De todos Vós compadeceis, porque sois omnipotente,
e não olhais para os seus pecados, para que se arrependam.
Vós amais tudo o que existe
e não odiais nada do que fizestes;
porque, se odiásseis alguma coisa, não a teríeis criado.
E como poderia subsistir, se Vós não a quisésseis?
Como poderia durar,
se não a tivésseis chamado à existência?
Mas a todos perdoais,
porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida.
O vosso espírito incorruptível está em todas as coisas.
Por isso castigais brandamente aqueles que caem
e advertis os que pecam, recordando-lhes os seus pecados,
para que se afastem do mal e acreditem em Vós, Senhor.