XXXII Domingo do Tempo Comum – Ano C

Leitura do Segundo Livro de Macabeus (2 Mac 7,1-2.9-14)

Ideia principal: Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.

– No ano 167 a. C., o selêucida Antíoco Epifânio desencadeou uma violenta perseguição antijudaica. Entre os resistentes, além de Judas Macabeu, sobressaem pela sua fidelidade heroica, o velho Eleazar e dos 7 irmãos Macabeus. O relato do martírio de 3 dos 7 jovens, deixa transparecer a sua heroicidade e fé no Deus vivo. Afirmam de forma claríssima, no que são acompanhados por sua mãe, a certeza da Ressurreição.

– Não apenas alguns, mas “todos vivem”, diz Jesus no Evangelho da missa deste domingo (Lc 20, 27-38). Esta afirmação, faz a ligação entre a Leitura de Macabeus e a do Evangelho, em que o tema da ressurreição está também presente. Tema bem apropriado para o fim do ano litúrgico, que nos leva a refletir sobre os novíssimos – as últimas realidades – do homem, por vezes esquecidas no dia a dia frenético que levamos.

– É a primeira vez que a doutrina da ressurreição é explicitamente apresentada na Bíblia. Por enquanto é apenas a ideia de uma revivificação, de um voltar, no outro mundo, a uma vida semelhante àquela que nos foi tirada; e esta esperança de uma revivificação está reservada aos justos… Porém, esta ideia vai desenvolver-se cada vez mais, até ser completamente iluminada pelo exemplo de Jesus.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus Vivo, força dos Teus amigos, que hoje nos edificas com o exemplo dos jovens Macabeus e de sua mãe! Eles nos ensinam, não teorias, mas a vida verdadeira, dando a vida por amor. Assim eles vencem os violentos, amando-os, isto é, dando a vida e dando vida! Ó meu Senhor e meu Deus, torna-me capaz de defender, com verdade e verticalidade aquilo em acredito, a lutar pelos verdadeiros valores. Amen

LEITURA I – 2 Mac 7,1-2.9-14

Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe,
e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi,
a comer carne de porco proibida pela Lei judaica.
Um deles tomou a palavra em nome de todos e falou assim ao rei:
«Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos para morrer,
antes que violar a lei de nossos pais». Prestes a soltar o último suspiro,
o segundo irmão disse: «Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a vida presente,
mas o Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna,
se morrermos fiéis às suas leis». Depois deste começaram a torturar o terceiro.
Intimado a pôr fora a língua, apresentou-a sem demora
e estendeu as mãos resolutamente, dizendo com nobre coragem:
«Do Céu recebi estes membros e é por causa das suas leis que os desprezo,
pois do Céu espero recebê-los de novo».
O próprio rei e quantos o acompanhavam estavam admirados
com a força de ânimo do jovem, que não fazia nenhum caso das torturas.
Depois de executado este último, sujeitaram o quarto ao mesmo suplício.
Quando estava para morrer, falou assim: «Vale a pena morrermos às mãos dos homens,
quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará;
mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida».