Solenidade de Todos os Santos – Ano A

Primeira Epístola de São João (1 Jo 3,1-3)

Ideia principal: Deus faz de nós seus filhos… para sempre! Em Jesus, vemos já o que nos espera como membros da família divina: seremos semelhantes a Ele.

– A passagem da 1ª Carta de São João que lemos, fala-nos com clareza da filiação divina. Para um semita, ser chamado equivale a ser. Mas São João quer que fique preto no branco: “somo-lo de facto”. Assim, nem os semitas, nem nós, podemos ficar com quaisquer dúvidas sobre esta realidade sobrenatural que o mundo, sem fé, não pode captar nem apreciar: “O Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus”.

– Os santos, nós os olhamos como criaturas excecionais: os mártires, os confessores, os doutores da fé… canonizados pela forma heroica como superaram situações especiais. Porém, também a nós, a filiação divina nos capacita para o Céu; pela graça do batismo, que faz de nós filhos adotivos de Deus, participamos da própria natureza divina. No Céu, onde “O veremos tal como Ele é”, tornar-se-á patente o que já somos.

– Não faz sentido conceber a santidade como um luxo para alguns – poucos – indivíduos, mais do Céu que da terra… desta terra dos cristãos normais, isto é, medíocres como nós. A solenidade de Todos os Santos é a afirmação de uma santidade próxima, ao nosso alcance. Como preconiza o Vaticano II, que aponta a vocação de todos à santidade. Ou, por outras palavras, como um negócio que a todos diz respeito.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor Jesus, verdadeiramente santo, que a todos chamas a ser santos como Tu és Santo! Com a Igreja, minha Mãe, que pelo batismo fez de mim filho adotivo de Deus, celebro hoje a solenidade de Todos os Santos. Ao contemplar no horizonte uma multidão de santos anónimos, não posso mais fugir a este destino marcado por Deus: ser santo! Senhor Jesus, concede-me a graça de saber assumir esta graça que já possuo: a filiação divina! Amem.

LEITURA II – 1 Jo 3,1-3

Caríssimos:
Vede que admirável amor o Pai nos consagrou
em nos chamar filhos de Deus.
E somo-lo de facto.
Se o mundo não nos conhece,
é porque O não conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus
e ainda não se manifestou o que havemos de ser.
Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus,
porque O veremos tal como Ele é.
Todo aquele que tem n’Ele esta esperança
purifica-se a si mesmo,
para ser puro, como ele é puro.