28º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Leitura do Livro da Sabedoria (Sab 7,7-11)

Ideia principal: “Sábio” é aquele que, sabendo que nem tudo o que reluz é ouro, procura discernir sobre qual é a vontade de Deus e, por ela, pauta as suas escolhas.

– A leitura é um excerto da 2ª parte do Livro da Sabedoria (cf. Sab 6,1-9,18), em que o autor, um judeu do séc. I a. C. da Diáspora de Alexandria, faz o “elogio da Sabedoria”. Sendo do séc. I a. C. não pode ser o rei Salomão, do séc X a. C…. Trata-se de um artifício literário para credibilizar o que se diz, já que o sábio rei Salomão era, para os israelitas, a pessoa indicada para apresentar e recomendar a “sabedoria”aos homens.

– Salomão, ainda um jovem rei, no santuário de Guibeon – narra-se em 1 Re 3,5-15 – pediu a Deus “um coração cheio de entendimento para governar o povo, para discernir entre o bem e o mal. A sabedoria tem em Deus a sua origem. Tal como Salomão é preciso pedi-la a Deus e Ele no-la dará como fruto da oração. Ela excede todos os bens terrenos, mesmo os mais preciosos, porém não é incompatível com eles.

– Muitas vezes a Palavra de Deus nos exorta a escolher a sabedoria de Deus… Uma visão superficial da realidade, pode levar-nos a pensar que escolher a sabedoria de Deus implica renunciar às coisas boas e belas da vida. Com Salomão – e com todos os que fazem a opção certa –  a “sabedoria” fê-lo encontrar “todos os bens” e “riquezas inumeráveis”. Quem escolhe conforme o projecto de Deus, não perde nada, ganha tudo!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, como um pouco de areia, eis quanto é toda a riqueza do mundo comparada com a sabedoria, dom que dás a quem o pede! Dá-me, Senhor, a sabedoria do coração, o bom senso, a sensibilidade a bondade! Hoje, quero rezar, como aquele monge cartuxo: “Olhando a Cruz, na qual Jesus, o derrotado, salvou a todos, decidi vender o sentimento de me julgar indispensável, e comprar a minha inutilidade” Amem.

LEITURA I – Sab 7,7-11

Orei e foi-me dada a prudência;
implorei e veio a mim o espírito de sabedoria.
Preferi-a aos ceptros e aos tronos
e, em sua comparação, considerei a riqueza como nada.
Não a equiparei à pedra mais preciosa,
pois todo o ouro, à vista dela,
não passa de um pouco de areia
e, comparada com ela, a prata é considerada como lodo.
Amei-a mais do que a saúde e a beleza
e decidi tê-la como luz,
porque o seu brilho jamais se extingue.
Com ela me vieram todos os bens
e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis.