32º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Leitura do Primeiro Livro dos Reis (1 Re 17,10-16)

Ideia principal: A história da viúva de Sarepta ensina-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, antes torna quem o faz rico aos olhos de Deus, que paga a cem por um.

– Elias, profeta orador, não escritor, é tido como o maior dos profetas. O seu nome – Elias = “o meu Deus é o Senhor”- é, em si, um programa de vida. Foi profeta no reino do Norte, no século IX a.C., nos reinados de Ocozias (853-852 a.C.) e, sobretudo, no de Acab (873-853 a.C.), um período em que a idolatria, em especial o culto a Baal, desafia a fé jahwista a pretexto de favorecer o intercâmbio cultural e económico.

– Sarepta é uma cidade fenícia. Em tempo de muita fome e de seca, Elias dirige-se para lá, a mando de Jahwéh, a fim de se encontrar uma mulher viúva. Ela confiou no profeta e partilhou com ele tudo o que tinha para se alimentar, ela e o seu filho. O Deus de Elias, através de um milagre realizado “na terra” de Baal, revela-Se como o verdadeiro Deus: É Ele, e não Baal, quem dá o pão e azeite de que o povo se alimenta.

– Ao contrário da mentalidade da época que considerava a abundância de bens materiais uma bênção de Deus concedida àqueles que eram justos, Elias e os profetas começam a instituir a predileção de Deus pelos estrangeiros, os órfãos e as viúvas…Pela sua situação, os pobres tudo esperam de Deus, a única segurança; e, na sua indigência, são capazes de partilhar, não só uma parte do supérfluo, mas tudo o que possuem.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, amparo do órfão e da viúva, louvado sejas! Pelo Teu profeta Elias, não reclamaste da viúva alguma coisa… só a totalidade Te satisfaz. Assim procedes com os Teus amigos; é pouco o que tenho para colocar ao Teu serviço, mas isso não importa, desde que seja tudo! Senhor, que nada reserve para mim. Seja Teu o meu coração todo, toda a minha alma toda, todas as minhas forças… e Tu me darás tudo. Amem.

LEITURA I – 1 Re 17,10-16

Naqueles dias, o profeta Elias pôs-se a caminho e foi a Sarepta.
Ao chegar às portas da cidade, encontrou uma viúva a apanhar lenha.
Chamou-a e disse-lhe: «Por favor, traz-me uma bilha de água para eu beber».
Quando ela ia a buscar a água, Elias chamou-a e disse:
«Por favor, traz-me também um pedaço de pão».
Mas ela respondeu: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus,
eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela
e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha,
a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte».
Elias disse-lhe: «Não temas; volta e faz como disseste.
Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois prepararás o resto para ti e teu filho.
Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite,
até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra’».
A mulher foi e fez como Elias lhe mandara; e comeram ele, ela e seu filho.
Desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou,
nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.