10º Domingo do Tempo Comum – Ano A 2023

Leitura da Profecia de Oseias (Os 6, 3-6)

Ideia principal: Deus espera do Povo uma adesão coerente à Sua proposta de Salvação. Por isso, Oseias denuncia a tentativa de Israel manipular o Senhor através de um culto vistoso, mas sem coração.

– A 1ª Leitura é tirada da 2ª parte da profecia de Oseias (4,1-11,11). O profeta exerce a sua missão em Efraim, a partir de 750 a. C.. Efraim e Judá, as duas maiores tribos, designam, nos profetas, os reinos do Norte do Sul, respetivamente. Oseias denuncia várias situações que fragilizam o reino do Norte e o hão de conduzir à perda da independência, em 721 a.C., quando Salamanasar V, rei da Assíria, conquista Samaria.

– A imoralidade, a infidelidade religiosa e o sincretismo, afundam Israel.  Exposto à influência cultural e religiosa dos povos vizinhos, Israel acolhe Baal e Astarte, deuses que coabitam com Jahwéh, no coração do Povo e nos centros religiosos. Deus ama o Seu Povo, e é este amor de Deus – um amor a toda a prova – que torna o pecado mais horrendo; mas, por outro lado, também permite esperar de Deus a salvação do homem.

– Oseias lamenta que o Povo, se volte para Jahwéh só nas aflições, num arrebatamento que logo se esvai “como o nevoeiro da manhã, como o orvalho da madrugada, que logo se evapora”. Deus não se interessa por uma liturgia hipócrita feita de exterioridades: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício,
o conhecimento de Deus, mais que os holocaustos”. Eis um jeito de estar que Jesus aprecia sobremaneira…

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, ao Teu imenso amor, o Teu Povo responde de forma calculista, pretende, com um culto vistoso, controlar-Te, colocando-Te ao serviço dos seus propósitos iníquos. Desejaria eu, Senhor, que fosses Tu a controlar-me a mim… Porém, o culto que Te presto precisa ainda de ser purificado… o que Te agrada, ó Deus, é um coração que aceita viver em comunhão conTigo. Pelo Teu Espírito Santo, converte-me! Amem.

 LEITURA I – Os 6, 3-6

Procuremos conhecer o Senhor.
A sua vinda é certa como a aurora.
Virá a nós como o aguaceiro de Outono,
como a chuva da Primavera sobre a face da terra.
«Que farei por ti, Efraim? Que farei por ti, Judá?»
– diz o Senhor –
«O vosso amor é como o nevoeiro da manhã,
como o orvalho da madrugada, que logo se evapora.
Por isso vos castiguei por meio dos Profetas
e vos matei com palavras da minha boca;
e o meu direito resplandece como a luz.
Porque Eu quero a misericórdia e não o sacrifício,
o conhecimento de Deus, mais que os holocaustos».