26º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura da Profecia de Ezequiel (Ez 18,25-28)

Ideia principal: Deus chama todos, todos, todos, à construção de um mundo novo de justiça e de paz. Os que dizem “sim” ao chamamento, devem assumir as consequências do seu compromisso com Deus.

– Ezequiel, “o profeta da esperança”, a última vez que tivemos contacto com ele foi no 23º Domingo, ou seja. três semanas atrás. Deportado para a Babilónia em 597 a.C., quando Nabucodonosor conquistou Jerusalém; já no exílio foi chamado a ser Profeta entre os exilados judeus, que aumentaram em número quando, em 586 a.C., o exército de Nabucodonosor arrasou Jerusalém, deportando mais dos derrotados.

– Os exilados na Babilónia estavam sempre a bater na mesma tecla… consideravam-se vítimas de erros cometidos por seus pais. E repetiam, como se fosse um refrão, o provérbio: “os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados” (Ez 18,2). Chegavam mesmo a tecer considerações sobre a justiça de Jahwéh… Por pagarem por erros que não cometeram, o próprio Deus os injustiçava.

– Ezequiel levanta a sua voz para colocar o dedo na ferida… Deixem de se desculpar com os outros e de acusar Jahwéh!!! Confronte-se cada um com a sua própria consciência e reconheça que a vida que leva e consequência das opções que toma e dos seus atos que pratica. O sublinhar da responsabilidade individual abre caminho a uma nova Aliança selada, já não com um povo, mas pessoal e interior, feita com cada crente.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus justo, paciente face à altercação do Teu povo… É fácil sacudir a água do capote, e considerarmo-nos vítimas das atitudes dos outros e, até, dos Teus “silêncios”. Consola-me saber que os “nãos” por mim ditos cada vez que não assumo a responsabilidade dos meus atos, podem tornar-se “sins”… “se abrir os seus olhos e renunciar às faltas que tiver cometido, há de viver e não morrerá”. Louvado sejas! Amem.

LEITURA I – Ez 18,25-28

Eis o que diz o Senhor:
«Vós dizeis: ‘A maneira de proceder do Senhor não é justa’.
Escutai, casa de Israel:
Será a minha maneira de proceder que não é justa?
Não será antes o vosso modo de proceder que é injusto?
Quando o justo se afastar da justiça,
praticar o mal o vier a morrer,
morrerá por causa do mal cometido.
Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado,
praticar o direito e a justiça,
salvará a sua vida.
Se abris os seus olhos e renunciar às faltas que tiver cometido,
há de viver e não morrerá».