29º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leitura do Livro de Isaías (Is 45, 1.4- 6)

Ideia principal: Deus é o verdadeiro Senhor da história; porém, na concretização dos projetos que visam a felicidade e a realização do plena do Seu Povo, serve-Se de homens que atuam como Seus instrumentos.

– A 1ª Leitura foi extraída do “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (Is 40-55), um profeta anónimo que cumpriu a sua missão na Babilónia, entre os exilados judeus. Estamos na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C.. Desponta na Pérsia uma nova estrela da política internacional: Ciro, que depois de sucessivas vitórias militares, em 539 a.C. entra vitorioso na capital babilónica, onde é recebido como libertador.

– Ciro, rei dos persas, é chamado à maneira dos reis do Povo eleito, como o “ungido” de Jahwéh, ou seja, “Messias”, “Cristo”, um título extraordinário! Ele permitirá que os exilados regressem à sua Pátria e reconstruam o Templo. No mesmo texto, um pouco mais atrás (Is 44,28), o Profeta havia-lhe atribuído um outro título grandioso, pondo-o na boca de Deus: “É o Meu pastor, e ele cumprirá a Minha vontade”.

– Estaremos diante do salvador esperado, o messias? Não, obviamente… o Profeta até faz questão em repetir: “quando ainda não Me conhecias” (v.v. 4 e 5). Aliás, Ciro sempre atribuiu as suas vitórias à proteção do deus Marduc, divindade principal da Babilónia. Foi instrumento do Senhor para libertar o povo da escravidão da Babilónia, e esta é a surpresa… realizou essa missão sem ao menos ter consciência dela.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Ó Deus, Pai Santo, Senhor da História! Discreto no modo como atuas, livre nas escolhas que fazes, eficaz, apesar de serem simples e pobres os instrumentos e os meios… Escolhestes Ciro, um pagão que não  Te conhecia”… deixando sem chão os que se julgam os únicos detentores da autoridade e da missão. Senhor, entenda também eu que aquilo que conta não são as “qualidades” do instrumento, mas o Teu poder! Amem!

LEITURA I – Is 45,1.4-6

Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido,
a quem tomou pela mão direita,
para subjugar diante dele as nações
e fazer cair as armas da cintura dos reis,
para abrir as portas à sua frente,
sem que nenhuma lhe seja fechada:
«Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito,
Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso,
quando ainda não Me conhecias.
Eu sou o Senhor e não há outro;
fora de Mim não há Deus.
Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias,
para que se saiba, do Oriente ao Ocidente,
que fora de Mim não há outro.
Eu sou o Senhor e mais ninguém».